data-filename="retriever" style="width: 100%;">Fotos: Renan Mattos (Diário)
Cleison de Ávila (a partir da esq.), Aramis Coletto e Francisco dos Santos Maciel estão sempre de prontidão, caso alguma ocorrência seja deflagrada
Aos 50 anos, Aramis Coletto decidiu que iria dedicar seus dias a ajudar a salvar vidas. Ele conheceu o trabalho do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) em outra cidade e buscou entender como proceder para trabalhar no serviço de atendimento. Quando inaugurou a base do Samu em Santa Maria, em 11 de maio de 2011, Coletto estava com todos os requisitos cumpridos, incluindo um curso de técnico de enfermagem. Hoje, ele é o condutor mais antigo do Samu na cidade. A instituição completa 10 anos e é referência no Estado em atendimento e rapidez de socorro, com central de regulação local e, atualmente, com uma ambulância específica para urgências envolvendo pessoas com Covid-19.
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- É a satisfação de ter cumprido o dever. Salvar uma vida, encaminhar alguém para o hospital, é uma sensação de alegria, de cumprir meu dever, de utilizar meus conhecimentos - comenta Coletto, em resposta à sua motivação em trabalhar com atendimento de urgência.
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Na outra ponta, Francisco dos Santos Maciel, 27 anos, é o mais novo integrante da equipe de socorristas. Ele é técnico de enfermagem e, apesar de estar só há três meses na base do Samu, relata ter se apaixonado pela função durante o curso técnico.
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- Escolhi vir para cá por gostar dessa área. Nesses três meses, já vivi muitas experiências. Mas ajudar ao próximo é o objetivo maior. A gente corre riscos, por causa da Covid-19, mas trabalha da melhor maneira possível para salvar as pessoas. Um pouco de coragem, inteligência e estudo, principalmente. O estudo é a base de tudo na nossa área para sabermos como agir na hora. Aqui é um trabalho em equipe, e a equipe toda ajuda a salvar uma pessoa ou levá-la pro hospital - relata o jovem socorrista.
ESTRUTURA
data-filename="retriever" style="width: 50%; float: left;">Segundo Nilvo da Rosa, coordenador administrativo do Instituto Masper, responsável pela gerência do serviço, o Samu de Santa Maria conta com uma equipe de suporte avançado, com oito médicos intervencionistas, cinco médicos reguladores, cinco enfermeiros, 15 técnicos em enfermagem, 20 condutores, dois técnicos administrativos e dois serviços gerais. São 57 profissionais que fazem o sistema funcionar de forma ordenada e eficiente. Ainda segundo Nilvo, são quatro ambulâncias para o atendimento do município e um quinto veículo deve chegar em breve.
REFERÊNCIA
O Samu de Santa Maria tem um diferencial em relação a outros municípios, que é a Central de Regulação Compartilhada. Desde 2019, das 7h às 19h, as ligações são atendidas na própria base, sem passar pela central na Capital. O prefeito Jorge Pozzobom explica que o projeto é pioneiro no interior do Estado e diminuiu as saídas de socorro de seis para menos de três minutos. Fato que aumentou a eficiência dos atendimentos. Na central telefônica, um médico fica aguardando as ligações e monitorando a posição das ambulâncias em tempo real. Há, também, um aplicativo para celular em que a coordenação do Samu e a Secretaria de Saúde acessam, para verificar as ações que indicam qual ambulância está atuando, a equipe presente, o paciente atendido e o problema dele.
- Com esse sistema, a gente diminui o tempo de atendimento e aumenta a eficiência do serviço. O próximo passo é disponibilizar a regulação local 24 horas por dia. É um acréscimo de R$ 100 mil, e no próximo contrato vamos incluir isso na nova licitação - destaca o prefeito.
O secretário de Saúde de Santa Maria, Guilherme Ribas, afirma que com os médicos reguladores em Santa Maria fica mais fácil a logística de movimentação das ambulâncias, por eles conhecerem o fluxo da cidade, o que auxilia na tomada de decisões. Ele avalia que, em menos de um ano, o tempo resposta e o número de atendimentos aumentou.
- Nossa tecnologia é inovadora. Com a regulação compartilhada, nós possuímos a qualificação dos profissionais médicos reguladores. Todas as nossas ambulâncias são novas, o que ajuda esses profissionais a ter segurança e as equipes a chegarem nos locais o mais rápido possível.
MEDICINA À DISTÂNCIA
data-filename="retriever" style="width: 50%; float: right;">Quem atende aos telefonemas para o número 192 com pedidos de socorro são os médicos reguladores. Eles ficam na sede de Santa Maria das 7h às 19h. Quem atende no período noturno é a central em Porto Alegre. Uma das médicas reguladoras da base santa-mariense é Fabríola Marchesan. Em um turno de seis horas, ela atende aos chamados e tem a missão de definir que equipe vai e qual serviço vai ser necessário para cada ocorrência. Ela também atende e ajuda as pessoas pelo telefone, quando necessário. Com o tempo, foi pegando a técnica de reconhecer sintomas pelas descrições e ter uma ideia da magnitude da situação a ser atendida.
- Somos a primeira linha de atendimento, o primeiro contato. Temos que formular uma outra forma de triagem, pois não temos contato com o paciente, precisamos saber exatamente o que perguntar para termos as respostas precisas e poder mandar o auxílio o mais breve possível.
Fabríola conta que existem horários de pico de ocorrências, como perto do meio-dia, entre 9h e 10h, e no final de tarde, quando há mais registros de acidentes de carros. Ela acrescenta que feriados e segundas-feiras também são dias movimentados, mas a média fica em cerca de 40 atendimentos diários.
Atendimentos do Samu em 2021 (3.707 até o fim de abril)
Janeiro
- Motivo Clínico - 550
- Traumático - 202
- Transporte de paciente - 44
- Outras causas - 151
- Total - 947
Fevereiro
- Motivo Clínico - 435
- Traumático - 206
- Transporte de paciente - 35
- Outras causas - 120
- Total - 796
Março
- Motivo Clínico - 621
- Traumático - 186
- Transporte de paciente - 65
- Outras causas - 141
- Total - 1.013
Abril
- Motivo Clínico - 565
- Traumático - 205
- Transporte de paciente - 56
- Outras causas - 125
- Total - 951